Silêncio


Alguns momentos são fundamentais para que a vida ganhe significado. O barulho exorbitante do cotidiano, a correria quase normalizada das grandes cidades e o impulso demoníaco por consumo afastam o ser humano do silêncio.
Porque o imperativo de falar sempre, a ligeireza dos acontecimentos e o fascínio dos produtos não querem dá espaço à reflexão. O silêncio produz ideias, matura sentimentos e dá a luz às intuições.
Pensar, sentir e criar são quase que um insulto à vida frenética do consumo.
Neste contexto, faz-se necessário, durante o dia, ter pelo menos três momentos de profundo silêncio:
antes de levantar, ainda no quarto, para projetar o dia, consagrando-o a Deus e fomentando estratégias para vive-lo bem.
Depois do almoço, a pessoa pode oxigenar os olhos, ouvindo os corpos, percebendo a realidade e intuindo os sentimentos e desejos que ocupam os corações de tantos rostos.
À noite, antes de dormir, um silêncio de gratidão. A oração do prazer, que lega aos que a fazem uma noite tranquila e uma vida sana.
Encontrar esses momentos de silêncio, neste mundo barulhento, é encontrar um tesouro para a vida. Não para a vida exterior, mas para a interioridade, esse lugar sagrado onde mora Deus em nós.