Passos firmes, cravados no chão, na direção do futuro.
É assim que cada pessoa que planeja sua vida deve andar: com os pés no chão.
Por mais que os sonhos sejam elevados, é preciso sentir a firmeza do solo para não correr o risco de deixar os sonhos se diluírem nos ventos
Quando se planeja bem cada passo a ser dado, a tendência é aportar o navio em terra firme. Por isso, numa vida bem planejada três atitudes são essenciais: saber o que deseja, traçar estratégias para torná-lo real e agregar valor aos sonhos.
O primeiro passo chama-se objetivo. Uma vida engajada numa causa torna a pessoa consciente de onde quer chegar, do caminho que deve seguir. O objetivo pode ser elevado, nobre, alto. Mas precisa ser, ao mesmo tempo, “realizável”. Quem traça metas alcançáveis consegue vislumbrar o futuro no presente, buscando formas de transformar sonhos em realidade. Mas não basta ter um bom objetivo! É preciso mais que vontade! É necessário trabalho.
A segunda atitude consiste em definir estratégias. Trata-se de um passo essencial. Quando se diz que é preciso ter estratégia, no fundo, está se falando de formas concretas para tornar os sonhos uma realidade. Essas estratégias devem considerar dimensões como a vida profissional, afetiva, familiar, psicológica e espiritual. As atitudes sobre como melhorar aquilo que se faz, no âmbito do trabalho, fazem muita diferença. O alvorecer de cada manhã lembra a todos nós que temos uma nova oportunidade de ser e de fazer o melhor. Também no âmbito relacional é preciso avançar com estratégias concretas: buscar a resiliência, saber dialogar, cultivar o sentimento de compaixão, compreender as situações conflituosas, discernir entre coisas essenciais, urgentes e irrelevantes são atitudes que ajudam a melhorar a vida afetiva, a fortalecer os vínculos familiares e tornar a mente mais aberta. Indispensável é o cultivo de uma vida psíquica equilibrada, a ponto de a pessoa aprender a lidar com as emoções, controlar as palavras e os gestos, mas, principalmente, ter autocontrole ou domínio de si. Para que as dimensões sejam completas, há de se levar em consideração a importância da vida de fé. Uma pessoa que acredita é capaz de viver o maior mandamento com eficácia e concretude. Amar a Deus e ao próximo requer fundamentalmente uma atitude de fé. Quem ama porque acredita dá um sabor transcendente a sua vida. E isso faz muita diferença!
Na medida em que se vive com objetivo e que se buscam metas para realizá-lo, a vida avança em valores. Evidentemente não se trata de “valores” econômicos. Trata-se, basicamente, de valoração ética, de sentido para a vida, de construção de atitudes que conduzem a pessoa a uma vida feliz. E não há felicidade sem ética e, tampouco, ética sem valor. Na medida em que se vive bem, assim como na mesma proporção em que as estratégias traçadas avançam na direção de uma vida saudável, a pessoa vai ficando mais valorosa e a vida, essa aventura indefinível, mais saborosa.
Essas três atitudes (saber o que se deseja, definir estratégias e agregar valor aos sonhos) não são outra coisa senão os primeiros passos para a edificação do projeto de vida. E para projetar o viver não é preciso escolher um tempo distante, nem um lugar perfeito ou normas muito idealizadas. Basta viver, acreditar em si e querer projetar uma existência feliz. Porque a vida, se bem vivida, é um grande projeto que não acaba com a morte. Ao contrário: ganha sentido e vigor na medida em que se morre, a cada dia, desejando intensamente uma existência eterna.