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espaço de
ideias e reflexões

o desgaste da

palavra amor

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Na companhia da linda afilhada Aline del

É possível que uma pessoa compreenda o mundo a partir do disseram que ele seja. A vida, a realidade das coisas, é algo que pode ser dito. Assim uma criança aprende, desde muito pequenina, a dizer o que as coisas são. Com o amor ocorre algo semelhante. Ele é, antes de ser sentimento, uma palavra dita. Alguém nos falou do amor, nos contou estórias amorosas, nos testemunhou sua experiência de amor e, como por analogia, aprendemos o que é amar.

 Amor, assim pensado, é um constante aprendizado. Por toda a vida, aprendemos, como, por que e de que forma amar. Cada pessoa que encontramos, cada rosto que contemplamos e cada situação vivida é, por assim dizer, uma escola de amor.

Existem, como se sabe, várias formas de ama. Ama-se o país, ama-se o time de futebol, ama-se os familiares, ama-se a Deus... e ama-se também a uma pessoa especificamente. Ama-se, inclusive, o amor. As várias formas de amar determinam o modo como compreendemos o amor. Por exemplo: alguém que não se sentiu amado por seus pais, ou que não experimentou o amor na infância, terá, via de regras, dificuldade para amar. Não que seja impossível o amor. Mas que as experiências vividas influenciam no modo de amar. E isso não depende de nós. A vida nos presenteia com realidades que nem sempre estão ao nosso alcance mudar, controlar, amenizar. O amor, mais uma vez, é sentimento aprendido. No decorrer da vida, aprendemos a amar.

Porque apreendemos o mundo através das palavras, é preciso dizer que o amor é um verbo transitivo direto. É uma palavra que se movimenta, que se conjuga em vários tempos, possuindo um mar de significados. Os estudiosos da língua diriam que o amor é polissêmico, ou seja, que possui muitos e diferentes sentidos, dependendo da forma como essa palavra é usada. Entretanto, em todos os casos, o amor sempre se dirige a alguém, ou a algo. É uma palavra-ação que se verte na direção de uma pessoa ou de um objeto. Amar é, por isso mesmo, entregar-se a alguém, perder-se no mundo dela e encontrar um gosto de viver no próprio ato de amar. É por isso que os amantes se tocam, se beijam, se entregam, como diriam os românticos, de corpo e alma, no auge do amor. 

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