a certeza nos
afasta da verdade


Durante as aulas de filosofia, um jovem estudava Heráclito. Pensando na harmonia dos contrários descobriu só existe trevas porque conhecemos a luz, que a doçura só se percebe por causa do amargo, que as coisas certas sempre estão em relação com as erradas...
Com o passar do tempo, empenhado nos estudos, percebeu que a solução para os problemas encontrava-se dentro dos próprios problemas. Misteriosa essa vida: como é possível que uma coisa boa esteja dentro de algo ruim, que as luzes se escondam por entre as trevas?
Essa descoberta desnuda a rigidez do pensar, colocando as verdades prontas e acabadas na armadilha da dúvida. Isso porque as descobertas fazem uma pessoa pensar, elevando-lhe a possibilidade de enveredar novos caminhos, de abrir o horizonte da mente para questões outrora impossíveis de serem postas.
As perguntas levam a mente a sair de sua zona de conforto, a deixar de lado preguiça intelectual para conduzir-nos à Verdade que liberta, que traz à tona a pequenez do pensamento fechado e desconexo ao qual, muitas vezes, nos aprisionamos.
Pensar significa fazer conexões, levantar perguntas, ir em busca de soluções para os problemas. O pensamento faz a gente descobrir novos caminhos, faz os olhos se abrirem às possibilidades que despontam diante dos nossos olhos. O pensamento é como uma janela aberta: abre sempre a vista para novas paisagens.
E o corpo precisa pensar. Ele dança na valsa das reflexões, embala-se com o espanto diante do desconhecido e equilibra-se na linha tênue da Verdade.
Para um corpo que dança na onda do pensamento, nenhuma cadeia é segura. Porque a liberdade é o alimento que mantém o corpo são, a mente aberta e o coração apaixonado.